domingo, 23 de março de 2008

As taças para o serviço do vinho!!!

Caros Enoamigos,

Continuamos com a nossa: Arte de Degustar!!!

A apreciação das características de um vinho pode ser exaltado, ou penalizado, conforme a escolha da taça no qual vem servido. A valorização do vinho se expressa nas formas, nos volumes e nas geometrias perfeitas desses insubstituíveis companheiros de cristal.

Vinhos Brancos Jovens e Frescos

A característica principal desta taça e a forma da sua abertura que tende a alargar-se respeito ao corpo. Quando o vinho vem introduzido na boca, esta particular forma dirige o líquido principalmente na ponta da língua, mais sensível ao sabor doce, e portanto ao lado da língua mais sensível a acidez. Esta taça é adequada para os vinhos jovens e frescos que tem ainda um certo resíduo de açúcar que deve ser valorizado. A forma da taça consente ainda de concentrar o perfume verso ao nariz e favorável a percepção dos aromas delicados e frutados dos vinhos jovens.

Vinho Branco Encorpado e Maduro

O corpo mais largo com abertura maior, consente uma maior percepção dos aromas complexos dos vinhos brancos maduros. Os vinhos brancos maduros e estruturados serão valorizados na boca graças a abertura direta que direciona o vinho na parte lateral e posterior da língua, para depois acrescentar enfim na ponta e avaliar portanto em modo complexivo a sua amabilidade.

Vinhos Rosados Jovens e Frescos

Neste tipo de taça valem as mesmas considerações feitas para a taça dos vinhos brancos jovens; a abertura alargada consente de direcionar o vinho na ponta da língua, mais sensível ao sabor doce, de modo a deixar o vinho mais equilibrado. Outra característica desta taça e o corpo largo que consente uma adequada oxigenação do vinho e portanto um correto desenvolvimento dos aromas.

Vinhos Rosados Encorpados e Maduros

Para esta taça valem as mesmas considerações feitas para os vinhos brancos encorpados e maduros. A forma mais larga do corpo favorece uma adequada oxigenação do vinho e do desenvolvimento dos aromas.

Vinhos Tintos Jovens

Esta taça e essencialmente igual aquela utilizada para os vinhos brancos encorpados e maduros, de fato se pode utilizar tranquilamente a mesma taça. Este tipo de vinho, com taninos, quando presentes, mais agressivos, deve estimular principalmente a parte interna da boca e evitar, pelo menos na fase inicial de introdução na cavidade oral, o contato com a gengiva que causa a adstringência onde daria logo uma sensação tatile pouco agradável. O corpo da taça deverá ser ainda largo em modo de consentir uma adequada oxigenação e desenvolvimento dos aromas.

Vinhos Tintos Encorpados e Maduros

As considerações feitas para a taça precedente são válidas também para esta. As diferenças estão na altura e largura da taça, neste caso maior, com a abertura mais estreita que favorece a concentração dos aromas complexos, fruto da maduração do vinho seja na garrafa, seja no tonel, exaltando a percepção ao nariz.

Vinho Tinto e Muito Maduro
A característica desta taça e dada a sua grande dimensão, com corpo muito amplo para consentir a justa oxigenação dos vinhos tintos longamente afinados em garrafa e com taninos que já tenham assumido uma característica mais macia. A forma ampla desta taça consente ainda de evitar, quando possível, a decantação do vinho enquanto, dada a sua amplitude, consente uma adequada oxigenação do vinho, desenvolvendo aromas complexos e terciários, que estarão bem concentrados na sua abertura mais estreita. A abertura è ainda alta e direta em modo da direcionar o vinho inicialmente na parte posterior da boca, exatamente pela mesma razão de outras taças para vinhos tintos. Dadas as suas características, esta taça e para utilizar com vinhos produzidos com uvas mais vigorosas como a Sangiovese ou a Cabernet Sauvignon.

Vinho Tinto Corposo e Muito Maduro

Esta taça constitui uma variante da precedente, e a diferença esta na sua abertura que tende a abrir-se. Esta característica direciona o vinho verso a ponta da língua, mais sensível ao sabor doce, e è útil para todos os vinhos que com o tempo exaltam o seu componente ácido, como por exemplo o Pinot Nero e o Nebbiolo.

Vinho Doce e Passito

Se trata de uma taça de pequena dimensão com corpo amplo e abertura estreita em modo a favorecer seja o desenvolvimento dos aromas, seja a sua concentração no nariz. A dimensão reduzida sugere o serviço de uma quantidade menor, como e em geral habitual para este vinho. A abertura direta consente ao vinho de estar direto na parte posterior da cavidade oral em modo a não exaltar excessivamente a sua característica doce tanto que o faz parecer "stucchevole".

Vinho Licoroso

A diferença da taça precedente, a altura do corpo è maior e a abertura è mais acentuada, porém o tamanho desta taça e ainda pequena. A maior altura consente um maior desenvolvimento de aromas complexos e intensos dos vinhos licorosos, como por exemplo o Marsala, o Sherry (Jerez), o Porto e o Madeira. A abertura acentuada o faz particularmente adequado para os vinhos licorosos secos enquanto o líquido vira inicialmente introduzido verso a ponta da língua, mais sensível ao sabor doce, em modo a contribuir de uma maneira maior ao seu equilíbrio.

Espumante Metodo "Charmat"

Esta taça, dita “mezza-flûte”, tem um corpo estreito e longo em modo a favorecer o desenvolvimento do perlage nos vinhos espumantes. O seu comprimento menor respeito a “flûte”, a faz adequada para os vinhos espumantes secos produzidos com o método Charmat o Martinotti, em geral caracterizado por um perlage menos refinado e com bolinhas maiores. O diâmetro muito estreito favorece um desenvolvimento lento e contínuo da anidride carbonica consentindo, ainda, uma boa concentração dos perfumes delicados verso o nariz.

Espumante Metodo Classico

Esta taça, dita “flûte”, tem um corpo estreito e comprido em modo a favorecer e apreciar o desenvolvimento refinado do perlage típico desses espumantes produzidos com o método classico. O seu diâmetro estreito favorece ainda a percepção dos aromas delicados e frescos, portanto este tipo de taça e adequado para os espumantes método classico jovem e não millesimati.

Espumante Metodo Classico Maduro e Millesimati

Se trata de uma “flute” com a barriga mais larga e abertura estreita, características que consentem a oxigenação do vinho e portanto o justo desenvolvimento dos aromas complexos e terciários dos espumantes método classico millesimati e maduro, sem comprometer por este desenvolvimento e apreciação do perlage.

Spumanti Aromatici Dolci

Esta taça, chamada simplesmente “coppa”, è particularmente indicada para os espumantes aromáticos e doces, como por exemplo o Asti spumante. Dada a notável carga aromática deste vinho, è mais oportuno servi-lo em cálices com abertura muito larga, mais que na “flûte”, em modo de amenizar a aromaticidade primária da uva e deixar espaço também para outros aromas. Este espumante, geralmente produzido com método Charmat, não possuem particular qualidade de refinamento no perlage, portanto e um fator que pode ser omitido. A abertura da taça, que tende ligeiramente a diminuir, consentirá ao vinho de estar direto na ponta da língua e valorizar a doçura do mesmo.

Calice para degustação ISO

Esta taça é utilizada para a valutação organoléptica dos vinhos e graças ao seu formato e a sua relação geometrica de volume e superfície, é uma taça capaz de exaltar o melhor e o pior de cada vinho.

Espero que tenham apreciado esses pequenos detalhes que fazem da arte de degustar um vinho, um momento especial e muito prazeroso. E um ritual que a cada dia nos ensina a amar e apreciar este produto tão maravilhoso que é: o Vinho.

Enoabraços e até a próxima,

Simone Ferreira

LCB

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